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:: PASSEIO PÚBLICO ::

Descrições

O Passeio Público foi descrito por diversos viajantes e cronistas ao longo de toda sua existência. Veja aqui alguma dessas descrições:
Terraço do Passeio Público visto
da Igreja de N. S. da Glória
"(...) Esse jardim apresenta variadas espécies de plantas e é bastante bem-conservado. Durante a bela estação, as pessoas que gostam de se divertir podem passear e, às vezes, apreciar aí algum concerto. Nessa ocasião, são organizadas excelentes ceias, acompanhadas de música e fogos de artifício, que se alongam pela noite adentro (...)"
Sir George Leonard Staunton (1792)
"Visitamos o jardim do vice-rei, um belo lugar coberto por laranjeiras, limoeiros e inúmeras outras árvores. (...) Dos terraços desse jardim, tem-se uma belíssima vista do porto"
Cap. James Wilson (1795)
"É um jardim pequeno, cercado de muros e um cais de cantaria a prumo sobre o mar. As suas alamedas umbrosas de mangueiras, jaqueiras, árvore-do-pão, itu e jambo-rosa (...) são sem dúvidas muito convidativas à tarde; quando sopra a brisa do mar suavizando o calor (...)"
Carl F. Von Martius (1817)
"O Passeio reclama para si o primeiro lugar entre os sítios de divertimento do Rio".
John Luccock (1820)
"O Passeio Público é o primeiro estabelecimento em que se viu uma amostra notável da arquitetura nacional".
Ferdinand Diniz (c.Séc.XIX)
"O terraço do Passeio Público em noites de verão, quando o céu se recama de estrelas, é superior aos balcões de Veneza, aos jardins de Granada, sem excluir o dos reis mouros. (...) É simples, ingênuo, bem urdido, e vale mais que os eternos tritões de cabelos verdes ou as sereias achatadas dos jardins da Europa.
Charles Ribeyrolles (1850)
"Fazei de conta que vos achai agora comigo no aprazível terraço do Passeio Público do Rio de Janeiro (...) O espetáculo dessa natureza opulenta, grandiosa, sublime, absorve-nos com uma contemplação insaciável."
Joaquim Manuel de Macedo (c.1860)
O interior do Passeio, tendo ao fundo
o Chafariz dos Jacarés
"É um jardim lindíssimo voltado para a baía. Não é grande, mas está traçado com muito gosto. Nada mais admirável que o amplo terraço que se ergue ao fundo e contra o qual se vêem quebrar as vagas, trazendo com elas um frescor benfazejo."
Luiz Agassiz (1865)
"Além da concorrência do terraço, a do jardim é muito numerosa, enchendo-se completamente aos domingos, à tarde e à noite. É o mais freqüentado dos jardins do Rio."
A. Moura, Guia do Rio (1908)
O Passeio no início do século XX (VM)
"Que beleza cultivada e suave essa do Passeio Público! Raros são os jardins do mundo que tenham a graça aérea, esse ar de cenário de Watteau que o Passeio tem traçado todo ele por um arquiteto que parecia francês no século XVIII."
João do Rio (1917)
"Valentim queria, antes de tudo, que seu modesto jardim fosse útil à população. Sua intenção era criar um gênero de jardim condicionado às nossas necessidades."
José Mariano Filho
Mas nem tudo foram flores na história do Passeio. Algumas descrições também realçaram os aspectos negativos do parque, principalmente os referentes ao abandono e à má conservação.
"(...) A alguma distância dessa fonte, existe uma outra imitação bastante inútil e dispendiosa: um mamoeiro de cobre, pintado de verde. Essa obra é tanto mais despropositada, quando e tem em conta que tal espécie cresce fácil e rapidamente nos trópicos".
Sir George Leonard Staunton (dez / 1792)
"É pena que lugar tão aprazível esteja na extremidade da cidade; daí ser tão pouco freqüentado."
Ernst Ebel (1824)
O Chafariz dos Jacarés contendo ainda o busto de Diana (AGCRJ)
"Alamedas densamente enramadas (...) As fontes secaram e os obeliscos tremem de medo de sua derrocada iminente (...) Este jardim público, que deveria ser o orgulho dos cidadãos do Rio, nos últimos anos tem sido negligenciado de maneira imperdoável (...) "
Carl Seidler (1835)
"Os jardins públicos, que segundo alguns viajantes eram muito freqüentados e alegres há uns 12 ou 14 anos passados, estão agora inteiramente abandonados e entregues ao desprezo público."
James Henderson (1821)
"(...) Ele seria agradável, se à margem da baía, sobre o próprio terraço do jardim não fosse como todas as margens do cais, lugar de depósito de imundícies".
Abel du Petit-Trouars (1840)
O Passeio no início do século XX (VM)
"As árvores do Passeio Público cresciam e desenvolviam-se livres de todos os cuidados da arte. Era uma reunião de vegetais criados sem educação, sem amor e sem direção e escolha regular."
Joaquim Manuel de Macedo (c.1860)
"O Passeio Público despojado das obras de arte que lhe integravam a composição original é uma caricatura dolorosa do parque executado por d.Luís de Vasconcelos e Souza."
José Mariano Filho
"Sou do tempo em que o bonde ainda passava pela Rua do Passeio, em que o belo jardim era cercado por grades, com o largo portão trabalhado do Mestre Valentim, guardando as árvores seculares (...) A Rua do Passeio de hoje não tem mais nada da de antanho. Em vez dos bondes, o que há são os ônibus de várias linhas e ingurgitamento do tráfego. À beira do jardim dos vice-reis, filas descomunais à espera de condução. Do outro lado, uma multidão de camelôs a anunciar suas mercadorias(...)"
Aderson Magalhães - Correio da Manhã, 05/09/1958
O Passeio Público foi descrito também por célebres personagens criados por Machado de Assis, como Brás Cubas, Bentinho, o Conselheiro Ayres e Quincas Borba. Bentinho, principal figura de Dom Casmurro, revela que o parque se encontrava em decadência no final do século XIX: Entramos no Passeio Público. Algumas caras velhas, outras doentes ou só vadias  espalhavam-se melancolicamente no caminho que vai da porta ao terraço. Seguimos para o  terraço. Andando, para me dar ânimo, falei do jardim: - Há muito tempo que não venho aqui. Talvez um ano.
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